sábado, 4 de agosto de 2012

Outra vez o amor

Toc, toc, toc.
– Quem é?
– Sou eu, o Amor!
– Amor? Isso são horas? Não é um pouco tarde?
– Abre, deixa eu entrar e cuidar de você?
– Como pode voltar depois de tantos anos e achar que vai ficar tudo bem? É tarde demais para o amor!
– Abre só um pouquinho, depois se quiser vou embora!
– Não, quando você entra fico em pedaços e você sempre vai embora deixando os cacos.
– Deixa eu entrar, já se passaram tantos anos, agora você está mais experiente, mais segura, vai saber como lidar comigo sem se machucar!?
– Verdade! Vou abrir, você vai se surpreender comigo! Estou forte, sou uma mulher madura, você não vai me fazer em pedaços novamente! 
Abriu só uma frestinha e o amor, vupt, entrou. Chegou de mansinho, mas logo foi dominando a situação, num passe de mágica transformou a mulher madura, forte e segura,  na mesma menina frágil de anos atrás e ela sabe que quando ele for embora,  outra vez restará apenas pedaços, os cacos. Acreditava que isso nunca mais aconteceria, mas aconteceu. Agora só lhe resta uma esperança enquanto vive esse momento mágico, que toda aquela maturidade lhe dê força na hora que tiver que recolher novamente os cacos e fechar a porta.