quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Barraco.

Imagens da net.
O menino de rua, já dormiu num berço.
Hoje dorme a luz da lua, as já teve um beijo.
Antes da rua, do frio, da fome, tinha uma casa.

Barraco.

Mas o pai bebia, e na mãe batia, ele a dor sentia e...

Barraco.

 Convidou a mãe para fugir, fugir da vida, fugir do pai.
Fugir do...

Barraco.

A mãe tinha medo da rua, medo da vida solitária,
mas, filho cansado do barraco, bota o pé na estrada,
tem mais medo de perder a cabeça com o pai e...

Barraco.

Menino agora na rua, não dorme. Não é só frio e fome,
é medo que sente pela mãe, agora sozinha com o pai bêbado
lá no velho...

Barraco.

Mãe não dorme, só pensa no frio que o filho passa.
Mãe não come, só pensa na fome que o filho passa,
longe do...

Barraco.

E o pai? O pai bebe. Bebe ainda mais. Quase não vive.
Afoga as dores do remorso, de não ter controlado o vício,
antes de perder seu filho para a rua.
Bebe sua frustração e vai chorar no...

Barraco.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Chuva

Chuva que cai lá fora,
leva minha dor embora.
E com a enxurrada que
d
e
s
c
e
a cidade,
traga-me
um pouquinho de
felicidade!

                                                                                     
                                                                           


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Palavra certa

Tudo novo de novo

Houve um tempo que doía.
O coração sangrava, queimava.
 Deixavas-me acabada, humilhada.
Depois de tudo que você fazia
Eu corria atrás e implorava perdão.
Perdão por você ter me corroído a alma.
Perdão por você me deixar sem chão.
De repente perdão por existir.

Será que a palavra certa para isso é AMOR?

Chorei tanto, doeu tanto, sofri tanto.
 Acostumei- me com a dor,
Ou o que você faz não dói mais.
Tentas de todas as formas,
abalar minhas estruturas,
ferir-me,  derrubar-me,
arrancar-me que seja uma lágrima!

E nada!

O coração está calejado
Transformou-se numa pedra,
Não consegues mais me fazer chorar,
Pior, não consegues nem me fazer sorrir.

Será que a palavra certa para isso é DESPREZO?

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Minha Fada-anjo

Minha linda fada de vestido e chapéu rosa
Com passarinhos coloridos tecia lindas manhãs
Com as estrelas do céu bordava mil e uma noites
Fadas de cabelos brancos, mas sempre formosa

Fadinha sabida, mas sem nenhuma leitura,
Contava-me maravilhosas histórias todas as noites.
Repetia as cenas e enredos, nunca o encantamento e a magia
Histórias que não se encontrara em nenhuma literatura.

Fada que me abraçava quando meu coração pedia,
Que se fazia ouvidos de um jeito que ninguém sabia,
Fada do vestido florido que a todos muito amou
E um exemplo imaculado de vida me deixou

Minha fadinha-anjo hoje mora no céu,
Sua lembrança me faz voltar ser criança,
Uma saudade tão grande me confunde
Será que vejo nuvens ou o véu do seu chapéu?

Uma homenagem a minha avozinha Ana Rosa que virou um anjo há algum tempo. Dia 11 de fevereiro completaria seus 83 anos.  Ela mesmo sem ler me incentivou muito na leitura. Amou quando li uma história para ela pela primeira vez.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Apenas bons amigos.

imagem do Google
Ela menina ainda, tinha seus dezesseis anos. Adolescente bonita, corpo bem feito, cabelos longos e sedosos. Estava na livraria, folheava os livros e conversava com a vendedora. Eram amigas.
Uma confessava a outra seus desejos gastronômicos do momento, a menina confessa que naquele momento devoraria um bolo de aniversário cheio de confetes. Ambas não percebem que um rapaz atrás observa a conversa. Ele sai e em alguns instantes volta com um bolo redondo todo confeitado, conta que ouvira a conversa e dá o bolo a menina.
Num cantinho os três devoram o bolo, conversam e riem muito. O rapaz não tira o olho da menina e ela encantada pela sua gentileza sorri, mas sente-se despida com o olhar inquietante do rapaz. Ele olha cada vez mais e morde o lábio inferior. Ela sente o desejo dele, mas finge que não.
Ele é um tipo comum, com seus quase trinta anos, gentil, engraçado e olhos verdes de moleque danado. Começa uma amizade . Diariamente se encontram na livraria e conversam, riem, às vezes tomam um sorvete, mas toda vez que se tocam sem querer, uma eletricidade passa entre eles. Uma simples mão no cabelo já arrepia o corpo todo. Parece que o corpo dói de vontade abraçar e se entregar. Porém, não falam nada. É o silêncio de um vulcão adormecido. Apenas bons amigos.
No aniversário de dezoito anos da menina ele toma coragem e a convida para sair,  todo gentil abre a porta do carro e a trata como uma rainha, a leva para um lugar só deles,  é a primeira vez que falam de seus desejos e se beijam. O vulcão silencioso explode.
Passado o momento da explosão é como se o vulcão recolhesse todas suas lavas e adormecesse novamente. Voltaram ser  amigos como sempre, nem saudades sentiram daquele momento. O tempo afastou os dois, cada um tomou uma estrada na vida. Anos mais tarde se reencontram e o vulcão adormecido ameaçou despertar. Mas tudo mudou. Ela  não é mais menina e ele não tem mais o olhar de moleque.  E o despertar desse vulcão agora não seria silencioso como da primeira vez, suas lavas poderiam ferir outras pessoas. Decidem: Seria um  vulcão esquecido. Apenas bons amigos.





1º Selinho do Blog, da amiga Beatriz do Blog Sonhos e Pensamentos.
Obrigada, amiga e vou deixar disponível para amigas que desejarem.